William Medeiros
Convivo com William há mais de duas décadas, e não houve um dia sequer que não tenha conseguido fazer humor, de bate-pronto e de primeira, quando provocado por uma situação digna de por em ação a sua verve espirituosa. Na verdade, canhoto de nascença, ele chuta bem com as duas, seja no comentário cortante e hilário da charge jornalística diária ou na graça atemporal de um cartum. Cresceu devorando textos e traços de Quino, Caulos, a geração estelar do Pasquim (Jaguar, Ziraldo, Millôr e seus geniais asseclas), a inevitável MAD, os irmãos Caruso, Luiz Gê, Angeli, Laerte, Sérgio Aragonés, e tudo o mais que lhe abrisse graficamente os sentido; o que, nos anos de formação, incluía até a seminal revista Gráfica, editada pelo grande Miran, e a americana Heavy Metal, referência obrigatória dos quadrinhos dos anos 80 (Moebius! Corben! Liberatore! Bilal! Caza! Bernet!).
Ao longo de sua brilhante trajetória, William desenvolveu uma identidade autoral, com olho crítico e traço fluido, elegante, além do domínio pleno da paleta de cores em várias técnicas. Detém provavelmente um recorde, por ilustrar semanalmente há 16 anos a capa da Revista Brasília em Dia (quase 900 edições!!), o que j[a deveria lhe valer um lugar no Hall of Fame da caricatura mundial.
Este pequeno grande livro [refere-se a Traços de Trinta, 2013] traz uma síntese do que ele fez ao participar e ao promover alguns dos principais salões de humor do país, onde foi premiado e reconhecido pelos parceiros de lápis e pincel (ou mouse e pixel). Felizmente, está longe de ser uma antologia definitiva, apenas uma amostra do que fez e do que ainda tem de William por vir...
Láuriston Pinheiro
In MEDEIROS, William. Traços de Trinta: uma seleção de 30 anos de cartuns. João Pessoa, 2013.
Capa do álbum Traços de Trinta,
de William Medeiros
Cartum do álbum Traços de Trinta
Elba Ramalho, por William Medeiros.
A caricatura é uma das fortes expressões do autor
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