Uma história dos quadrinhos paraibanos
Henrique Magalhães As histórias em quadrinhos, surgidas no final do século XIX, por muito tempo foram consideradas mero entretenimento e um subproduto do mercado editorial. Apesar de grandes artistas gráficos terem dado vida a personagens fantásticos, outros realistas, muitos de humor e um tanto voltados à aventura, não foram levadas a sério por políticos e pedagogos, sendo até mesmo perseguidas por supostamente influenciar os maus hábitos da juventude. Vivemos uma nova era em que os quadrinhos são reconhecidos como arte - em Portugal, oficialmente - e lhe são atribuídos valores, como ferramentas didáticas e educativas. Os quadrinhos continuam sendo um produto industrial, o que não impede que também sejam produzidos de forma alternativa ou autoral, como ocorre com os quadrinhos paraibanos. A História em Quadrinhos da Paraíba já nasceu fora do eixo e tem uma história extraordinária. Conta com uma boa trajetória de criação e produção, levando algumas gerações de autores a se notabilizar não só no estado, mas em nível nacional e mesmo internacional. Desde sua primeira publicação, As aventuras do Flama, por Deodato Borges, em 1963, os quadrinhos paraibanos já demonstraram sua força com o protagonismo de seus autores, que não esperaram a improvável abertura de mercado para suas produções e se aventuraram na autoedição. É essa história que contaremos nesta seção do Memorial da História em Quadrinhos da Paraíba. Como se trata de uma já longa aventura, dividimos as fases de produção em capítulos, para melhor análise e apresentação dessa história repleta de heróis e muito humor.
|