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Luyse Costa, quadrinista e ilustradora

Luyse Costa

Mariana Fernandes
08/2013, reeditado em 12/2023

Modo de ser

Sua marca registrada é o seu traço, único. Na música, no cinema, nas simples histórias do dia a dia ou em contos e ficções, sua inspiração navega entre estes universos e, se perdendo, ou melhor, se encontrando em sua imaginação ela transforma o seu traço em verdadeiras obras de arte. A paraibana Luyse Costa é graduada em História, mas foi na ilustração onde ela encontrou sua profissão.

O que exatamente despertou o desejo de ser ilustradora ela não sabe. “Eu gostava de desenhar como toda criança. Acontece que com o passar do tempo descobri que eu gostava de fazer isso todos os dias. Eu não imaginava que isso iria se tornar a minha profissão. Eu tinha outros planos pra minha carreira (sonhava em ser Historiadora), mas a ilustração foi mais forte”, conta. Indícios de que iria usar o desenho como profissão a vida foi se encarregando de dar. Na adolescência a artista resolveu fazer um curso de desenho para aprender as técnicas “chatas” da ilustração.

Mas foi no ano de 2008 que tudo mudou e se transformou em coisa séria. “Tudo aconteceu naturalmente. Como falei, eu não tinha pretensão de me tornar ilustradora. Em 2008 fiz um blog pra postar semanalmente coisas que eu desenhava. Vários amigos começaram a acessar e comentar (naquele tempo as pessoas comentavam em blogs ainda). Com o tempo a visibilidade foi crescendo até que comecei a conseguir os primeiros trabalhos como ilustradora”.

Embora suas raízes estejam no Nordeste, especificamente na Paraíba, Luyse Costa fixa residência na cidade de São Paulo, mas a sua criação ultrapassa as barreiras da grande metrópole e pode ser conferida pelo país inteiro. Temas relacionados a filmes e músicas estão muito presentes no trabalho da artista e pelo mesmo motivo transformou 30 músicas da banda Los Hermanos em ilustrações que acompanham as covers presentes na coletânea Re-Trato, da Musicoteca. Atuante também no universo literário, seu mais recente trabalho foi a ilustração do livro do contista, cronista e poeta André Ricardo Aguiar, o Chá de Sumiço e outros poemas assombrados, lançado no dia 10 de agosto de 2013 em João Pessoa.

Sobre o que o público pode esperar em seus projetos futuros, ela já adianta: “o próximo projeto é um livro em parceria com a escritora Maria Valéria Rezende. Ele será publicado pela editora DSOP”.

Dedicação, talento e simpatia, palavras que podem ser usadas para descrever o perfil de Luyse Costa. O seu modo de ser? Ela explica: “gosto de janelas, de andorinhas, da cor amarela, do cheiro do mar, de flor de laranjeira e de desenhar. Eu sou bastante desligada pra um monte de coisa. Acho que é por gostar de viver num mundo paralelo (coisa que muita gente faz). O mundo real é muito chato”.

Modo de usar

Lápis, cores, papel e liberdade criativa, usar Luyse é deixá-la à vontade para desenhar seus traços e transformá-los em belas ilustrações, é reconhecer seu trabalho e talento. Se para Arquimedes era preciso um ponto de apoio para ele mover a Terra, a artista só precisa de seu material para mover o seu mundo, brincar com a imaginação e criar suas peças. Sobre o melhor modo de usá-la Luyse diz: “podem me usar com cores”.

Por sua grandiosidade, o mundo nos dá diversas opções de como usá-lo. Por que não procurar as melhores maneiras de fazer isso sem necessariamente destruí-lo? Luyse Costa afirma que “o mundo pode ser muito inspirador. Dá pra ver coisas bonitas até mesmo em um céu todo poluído”.

Publicado no jornal Contraponto. João Pessoa: 16 a 22 de agosto de 2013, p. B-3. Coluna “Modo de ser & Modo de usar”.

Desenhos desta página de Luyse Costa