Personagens


Ironia e humor na série de Archidy Filho

Escola de Ladrões

 

Henrique Magalhães
18/12/2023
Sobre nota de imprensa

Archidy Picado Filho começou como quadrinista no suplemento O Pirralho, publicado pelo jornal A União em 1976, época em que se revelaram também Henrique Magalhães, Cristovam Tadeu, Danielito Graneros e Emir Ribeiro, entre outros. A União é o jornal oficial do governo da Paraíba; editado em João Pessoa, ainda circula em todo o estado. À época, não tinha personagens fixos, como observado por H. Magalhães no livro “A incrível aventura dos quadrinhos: 20 anos de quadrinhos da Paraíba”, em 1983.

No final da década de 1990 passou a publicar na seção de quadrinhos em O Norte, de João Pessoa, juntamente com os de outros quadrinistas. Na visão de Archidy, eram garotos “aficionados pelos gibis e pela possibilidade de participarem da equipe daqueles que, numa festa criativa, exercitam a imaginação e, através da arte, fazem com que outros possam usufruir um pouco do mundo do artista, mundo que é também de qualquer um de nós, às vezes violento, cruel. Mas também divertido e mágico”.

Aos vinte e um anos de idade, estava convicto que sua decisão em trabalhar com arte iria levá-lo a uma vida cheia de dificuldades. Conta que teve “a sorte de nascer entre artistas”, mas entre preconceitos alheios e muitas dificuldades, conseguiu mostrar um pouco do que aprendeu a sentir, saber e contar.

As tiras “Escola de Ladrões”, publicadas em O Norte, surgiram a partir de uma dada situação: “Imagine-se andando descontraidamente de volta pra casa depois de um dia de trabalho, tentando pensar que viverá apenas o conforto do momento presente. De repente, como se surgisse do nada, alguém dá um passo em sua direção e você sorri para ele, lhe deseja boa noite. O cara recua, e faz um sinal para outro, que vem caminhando ao seu encontro. Você passa entre os dois e, então, já um tanto distante deles, ouvi o comentário ‘Como posso assaltar alguém que sorri para mim?’”, relata o autor.

Já em casa, Archidy pensa que aquilo só poderia acontecer no mundo ficcional, nas novelas ou em algum romance de Clarice Lispector. “Mas não: aconteceu com você, ali, na esquina de casa”. As tiras de “Escola de ladrões”, portanto, é para o leitor que gosta de quadrinhos, já foi assaltado ou é um dos que se sentem contagiados com um sorriso, “capaz de evitar incêndios”, reforça o autor.

Baseado em artigo de Archidy Picado Filho publicado em O Norte, João Pessoa, 9 de julho de 1997, caderno Show, p. 5.

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Tiras de Escola de Ladões, de Archidy Picado Filho

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