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Nhô-Quim
A década de 1980 conheceu o auge e a decadência da produção de fanzines no Brasil. Do mesmo modo que centenas de fanzines eram editados em todo o país, facilitados pela popularização da fotocopiadoras, com as sucessivas crises econômicas eles quase sumiram do cenário cultural independente. Para entender a crise na produção e elaborar saídas, alguns fanzines passaram a refletir esse momento, a exemplo do PolítiQua, editado por José Carlos Ribeiro, de Carlos Barbosa, RS e Marca de Fantasia, por Henrique Magalhães, de João Pessoa.
O fanzine Nhô-Quim foi uma das respostas apontadas nessa reflexão. A ideia era reunir vários editores em torno de um título que representasse a produção nacional, numa espécie de cooperativa que viabilizasse as questões financeiras e editoriais.
O primeiro número do Nhô-Quim só conseguiu agrupar José Carlos Ribeiro e Henrique Magalhães, fundindo os extintos PolítiQua e Marca de Fantasia numa simbiose que trouxe textos críticos e analíticos sobre os quadrinhos da atualidade e a linguagem política dos quadrinhos.
A distância, em tempo de comunicação analógica (telefone, Correios), mostrou a inviabilidade da parceria, por absoluta dificuldade de interação para uma produção que se propunha coletiva. A partir do número 2 o fanzine passou a ser editado exclusivamente por Henrique Magalhães, mas manteve-se aberto a todo tipo de colaboração dentro de seu projeto editorial.
O Nhô-Quim teve 8 edições, com periodicidade trimestral, de janeiro de 1990 a agosto de 1991. A publicação alcançou seu objetivo de fomentar o debate sobre os quadrinhos brasileiros, sendo considerado pelo quadrinista e articulista Franco de Rosa como um dos renovadores do gênero. Contudo, o fanzine parou na oitava edição por uma ocasionalidade incontornável, a mudança do editor para a França, onde foi fazer Doutorado.
Todas as edições do Nhô-Quim estão disponíveis em facsímile em arquivos pdf, que podem ser baixados a partir das resenhas a seguir.
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